NCE (Magnetotaxia II) é uma obra que evoca um dos procedimentos de resposta passiva a campos magnéticos, por meio do alinhamento de nanopartículas (da mesma forma que a agulha de uma bússola se alinha com o campo geomagnético), encontrada em organismos microscópicos. A palavra magnetotaxia está relacionada a um processo implementado por um grupo diversificado de bactérias que envolve a orientação e coordenação do movimento em resposta ao campo magnético da Terra. Mas, como uma poética se dá através da junção de elementos não cartesianos, esta obra unifica outras situações. Esta obra é um relevo composto por uma centena de ímãs oblongos acinzentados e agulhas sobre uma placa metálica. A junção dos ímãs, como um corpo uno através da forças magnéticas, gerando uma unidade coletiva enquanto forma, foi inspirada em um tipo de larvas negras, do gênero Perreyia, que se deslocam pelo chão estranhamente aglomeradas gerando uma sensação ambígua de fascínio e repulsa. As agulhas também apontam outra dissonância poética, pois, embora simbolicamente configurem um instrumento que une as coisas (no ato de costurar), também evocam as agulhas de orientação das bússolas, remetendo novamente à Magnetopercepção. O conjunto não é uma forma fixa, mas uma estrutura de agregação, instâncias de organização de um sistema.